sábado, 5 de setembro de 2009

GRIPE SUINA (H1N1)


Autor : Dr. Otoniel R. Meira Jr.


Gostaria de expressar aqui a minha preocupação com a onda alarmista em torno da Nova Gripe, que considero excessiva e irrazoável. Nossa defesa contra os excessos da mídia e as travas no sistema de saúde são: a informação e a prevenção. Seja como indivíduos ou como representantes de instituições. Crises, tragédias, epidemias e pânico são terríveis, mas sempre há os que lucram nessas situações. Portanto devemos ser racionais e não nos deixar dominar pelo medo infundado. O cidadão tem direito a informação especializada, atendimento digno e tratamento adequado, além de diagnóstico preciso e rápido.


Alguns fatos são importantes para seu conhecimento :


1) O nível de gravidade dos casos de influenza A (H1N1) e de gripe comum se mantém semelhantes (19% para a nova gripe e 18,5% para a gripe sazonal), reforçando a indicação de que a abordagem clínica para diagnóstico, tratamento e internação deve ser a mesma para os casos de síndrome gripal. – Boletim do Ministério da Saúde.
2) Nos casos de gripe comum, só os casos graves é que são contabilizados.
3) A gripe suína NÃO É MAIS MORTAL QUE a gripe comum. Entenda que todo ano acontece mutações no vírus e logicamente este “novo” vírus terá uma letalidade maior, no inicio, até que se controle seu poder agressivo. Ou seja porque a gripe comum é mais antiga sua mortalidade é maior.
4) As ações preventivas devem ser nosso grande objetivo. Veja as estatísticas referentes fatores que dizimam muitas vidas, mas não são mais alvo ostensivo da mídia, ou sejam não causam pânico na população:
Em média, no Brasil, 1455 pessoas se infectam com AIDS por mês. Mas AIDS já não vende mais notícia.
Em 2008, (dados parciais até out/2008) tivemos 5.124 casos de Hepatite B – HPV.
Em 2007 o HPV teve 11.560 casos com 467 óbitos, taxa de mortalidade de 0,0403. O dobro do H1N1 (gripe suína).
35.146 pessoas morreram no trânsito brasileiro, isso é bem mais que 60 pessoas.
AIDS mata 31 vezes mais do que o influenza A. A taxa de mortalidade da AIDS é de 0,9 por 100.000 habitantes, o do H1N1 está em 0,029.
493.949 casos de dengue de janeiro a junho de 2007, com 93 mortes.
5) Você entendeu que foram quase meio milhão de casos de dengue no Brasil em menos de 6 meses? E que a AIDS tem taxa de mortalidade 31 vezes maior, que HBV mata mais e ninguém noticia. E que se H1N1 é pandemia o que diremos de dengue, AIDS e HPV? Sem falar no trânsito…
6) A Folha de S. Paulo trouxe uma matéria mostrando que a gripe comum foi responsável por 6.324 mortes no ano passado, ou seja, 17 por dia. O jornal tabulou dados públicos do município de São Paulo, que inclui também as complicações da gripe – como pneumonias, bronquites e outras doenças do trato respiratório. No mesmo período, os óbitos por gripe comum – aquela que pegamos todos os anos – em todo o país foram de 70.142.


Você poderá, pesquisando em fontes seguras, colher muito mais informações do que estas que apresentei. Contudo, meu objetivo não foi o de esgotar argumentos, nem minimizar a importância da epidemia da Gripe Suína. Quero que você entenda que convivemos com estas infecções a muito tempo e sabemos que o fator mais importante é a prevenção. Porque uma vez instalada e diagnosticada a infecção, o custo do tratamento pode ser muito oneroso, e o êxito do tratamento dependerá não só da medicação, mais da boa resposta do sistema imunológico do individuo. Vou citar alguns fatores preventivos. Eles englobam o que chamo de “hábitos saudáveis”.

Eles nos ajudam a sobreviver neste mundo, com uma boa qualidade de vida :


1) Alimentação balanceada -- A boa resposta imunológica depende de anticorpos, que por sua vez depende de um bom aporte protéico. Sem exageros, pois o excesso de proteínas também causa doenças, como as causadas pelo excesso de acido úrico, resultante do metabolismo protéico. Precisamos, em media 20 % do que você come como fonte protéica.
2) Equilíbrio Emocional -- Stress, ansiedade, angustia, depressão... , inibem o sistema imunológico no seu papel de combater os agentes agressores.
3) Higiene -- Banho diário, lavar as mãos sempre que houver exposição a agentes contaminantes. Troca freqüente do vestuário, principalmente se exposto a situações de contaminação. Usar lenços de papel descartáveis a cada uso.
4) Em períodos de epidemia, evitar aglomerados de pessoas.
5) Hospitais, e Pronto Socorros, são os lugares potencialmente mais contaminados. Principalmente neste ultimo, só freqüente se estritamente necessário. Dê preferência aos consultórios ou ambulatórios.
6) Se já estiver acometido com a gripe, use mascara ao permanecer em ambientes como recepções de Hospitais, Pronto Socorro, Clinicas, restaurantes, locais com muitas pessoas... Não tossir, sem proteção, perto de outra pessoa, Não seja o agente que traga a doença ao seu semelhante.
7) Cuidados em casa são importantes para não disseminar o vírus com seus familiares: separe prato, copo e talheres; evite beijo ou falar perto do outro; use mascara e a renove periodicamente segundo orientação do fabricante.
Enfim, estes são conselhos que espero lhe sejam úteis para enfrentar este momento, mas que devem se incorporar aos seus “hábitos de vida saudáveis”. Lembrando que nossa atenção deve estar voltada, não só para o H1N1, mas para todos agentes e fatores que nos agridem.

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